terça-feira, 13 de abril de 2010

Proposta de trabalho 2: texto descritivo

Eu estava um pouco entusiasmado por saber que iria fazer uma proposta de trabalho em tipografia. Mas quando surgiu a proposta fiquei desiludido. É que eu não sou nada fã de poesia, muito menos dos heterónimos de Pessoa. Mas estava ciente de que isso não devia ser problema à execução do trabalho.
Acabei por me aliar à Sara Batalha, pois eu tinha poucas ideias ao início e achamos que podiam complementar-se às dela. Assim aconteceu.

Quanto ao poema de Ricardo Reis, começamos por esboçar um rio dado que é um elemento mencionado entre as linhas do texto, assim como a suavidade que procurámos retratar com as linhas da água. O rio foi assim formado por linhas de texto, as tais 24 linhas de texto, que falam sobre Reis e suas características. Optámos por espalhar pelo rio o seu nome, portanto, letra a letra, aqui e acolá... o que também dava mostras de suavidade.
É verdade que ainda não abordamos a cor em DCV, mas achamos que a cor azul iria ficar bem nesta composição, não só pelo facto de ser a cor do mar (sabemos que o mar não é azul) mas também por, e como aplicamos um gradiente no fundo, transmitir novamente a ideia de suavidade.
No início tinhamos duas mãos entrelaçadas, mas mudamos para uma silhueta de um casal apaixonado. Os traços são o poema de Ricardo Reis, repetido, por uma questão estética. O branco que escolhemos para a frase contrasta com o fundo e com o rio. Não é uma composição extraordinária, mas para uma primeira experiência não foi mau de todo.

No tema de Alberto Caeiro nem foi necessário pensar muito para encontrar o texto de 24 linhas ideal para a composição. Caeiro foi o heterónimo com os estudos mais básicos de todos e, como tal, o alfabecto numa fonte parecida com as letras que aprendemos a escrever no básico constituem o fundo da composição. Sobre este surge destacado o poema em fonte Times New Roman, uma fonte simples que se lê sem qualquer problema, escrito normalmente. E sobre tudo destaca-se novamente o poema, desta feita de trás para a frente, de baixo para cima, e da direita para a esquerda. Era um pouco para fugir à normalidade deste tipo de projectos. Se ficou mal ou bem, veremos... Aplicamos a cor verde ao poema mais destacado devido à grande relação que matinha Caeiro com a mãe Natureza. Optamos pelo verde normal, mas após um conselho da docente, de facto foi melhor puxar para o verde amarelado. Um dos "Q" surge com a "perninha" esticadinha para a direita, para dar também uma outra aparência à composição. Foi o mesmo que pensamos quando decidimos usar o "!" para formar uma árvore, também para simbolizar o meio natural. E é o que se vê.

Álvaro de Campos tinha o poema que eu mais gostei. E creio que, aparentemente, é o mais fácil, o que dá mais ideias. Então decidimos logo em utilizar "rrrrrrrrrrrrr" para compor as 24 linhas de texto no Microsoft Word. Dá ideias de alguma textura e fica diferente, fica um padraõ único. Ficou interessante... Se nas anteriores composições utilizamos a cor, aqui não o fizemos e por uma razão: Campos era um homem muito simples que vivia no mundo do trabalho, onde as "rodas" e as "engrenagens" eram constantes. Por isso ficámo-nos pelo preto e branco. As rodas, as duas primeiras, formam o "Ó" que Campos profere no seu poema. O restante poema está inserido nas rodas, sendo que a maior contém precisamente a segunda e maior parte do poema. A palavra "fúria" foi manipulada letra a letra, de modo a ficar com um ar agressivo e... furioso.
Digo ainda que o "rrrr eterno" também está na composição: rrr é a parte dos "rrrrrrr" ao estilo negrito, e a parte eterno etá espalhada pelo espaço, letra a letra.

Para concluir, dizer que o freehand foi uma ferramenta importante e fico feliz por saber manejar com este programa bastante útil para qualquer tipo de trabalho de manipulação de objectos. A letra adquiriu no nosso trabalho um papel importantíssimo, comunicativo, e, se é que posso dizê-lo, fiquei mais agradado com a nossa composição de Álvaro de Campos. Gostei de todas, mas esta última foi a que mais me agradou.

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